Afinal, Cristo deu autoridade suprema ao Papa?
- murdochwilliam28
- 2 days ago
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Updated: 1 day ago

Uma reflexão que me vem na Sexta-feira Santa de 2025, mas não tem a ver com a morte de Cristo.
Tem a ver com uma atribuição que o próprio Senhor Jesus fez para São Pedro.
Quando o instituiu Papa.
Ele disse que “o que ligares na terra será ligado no Céu, e o que desligares na terra, será desligado no Céu”.
Me pergunto a que coisas Jesus se referia. Se a coisas banais ou coisas sérias da Igreja. Não entendo que seriam coisas banais do tipo se a gente deve ficar de pé ou ajoelhado em tal parte da Missa. Para isso os bispos têm mais que autoridade nas suas dioceses. Se a missa deve ser em latim ou não.
Vou pegar um caso sério e relatado nos Atos dos Apóstolos.
Resumidamente, São Paulo, por lidar diretamente com pagãos e não com judeus, entendia que os pagãos convertidos poderiam ser batizados e seriam cristãos.
Mas até isto acontecer, todas as conversões aconteciam entre judeus. O que trouxe aos Apóstolos a certeza de que pagãos deveriam primeiro virarem judeus, com circuncisão e tudo, para depois virarem cristãos!
E quem estava confrontando esta posição tradicional era nada menos que Paulo de Tarso, que nem era um dos 12 e que nem teve o mesmo contato direto com Jesus que os demais! Quem era Paulo para questionar os demais??
Justamente por isso Jesus deu esta atribuição diretamente a Pedro. Era uma questão séria, não era nenhuma brincadeira. O ponto era: a Igreja sempre convertia judeus ao cristianismo! Jesus era judeu! Que história é essa de romper a tradição?
Foi aí que aconteceu o primeiro concílio. Pedro e os apóstolos se reuniram para tratarem da questão, rezaram, pediram orientação ao Espírito Santo.
Resultado: NÃO precisam serem judeus antes!
Ora, esta mudança foi a primeira que causou dissenção na Igreja! Como é que os Apóstolos podem mudar uma tradição do tempo de Cristo, cujas palavras do próprio Cristo, muitas vezes se referiam a costumes judeus??
Como eu sei desta dissenção? Porque foi aí que apareceu a heresia dos ebionitas. Quem eram eles? Cristãos que não aceitaram a decisão deste concílio e teimavam na conversão primeiro ao Judaísmo. Se perguntassem a eles, eles é que se julgavam os verdadeiros cristãos. Sabiam mais que om Papa.
Mas não eram verdadeiros católicos coisa nenhuma, porque para isso Jesus deu ao Papa autoridade para mudar. Na minha opinião, inclusive pontos “sérios” mesmo que escritos na Bíblia.
Ou será que Jesus deu menor autoridade ao Papa do que a Moisés, quando autorizou a este mudanças sérias porque o povo da época “tinha dureza de coração”. Afinal, Moisés pode mudar um dos 10 mandamentos? A Bíblia diz que sim.
Pelo mesmo raciocínio entendo que o Papa tem autoridade para mudar pontos sérios, desde que reunido com os bispos e inspirados pelo Espírito Santo por maior garantia.
Creio que Francisco não o faça com medo de dividir a Igreja, da mesma maneira que a decisão de Pedro criou os ebionitas.
Mas não deveria ter medo. Porque a Igreja hoje, por conta própria, se dividiu em tradicional e não-tradicional. O que é um absurdo. A Igreja é uma e SOB COMANDO DO PAPA. Se o Vaticano II, sob orientação do Espírito Santo, definiu mudanças, NÃO CABE A NINGUÉM questioná-las. Ou acredita no Evangelho que autorizou o Papa a fazer mudanças ou não é católico. Ou acredita no dogma da infalibilidade em questões de Fé e de Moral, ou não é católico.
A Igreja foi muito misericordiosa com bispos renitentes, que atrapalham a Fé dos fiéis, são novos luterinhos, sabem mais que o Papa e os demais bispos. Arcebispo Lefèbvre e o Bispo de Campos, Brasil, Antônio de Castro Mayer, Aidan Nichols, Carlo Maria Viganò (este, pelo menos, excomungado).
Entre os pontos que estes últimos condenam o Papa estão: o Papa ter suavizado posições que, na opinião deles, vão contra os mandamentos da igreja em diferentes assuntos: os acusadores afirmam que Francisco não tem se oposto veementemente o bastante ao aborto, tem dado sinais de abertura do Vaticano a homossexuais e divorciados, e tem se aproximado de protestantes e muçulmanos. Para estes prelados a misericórdia de Deus retratada na Igreja que se dane!
Mas não foram os piores. Ario foi. Sua heresia (século IV) contaminou quase toda a Igreja, bispos etc. Ainda bem que apareceram Santos inteligentes e heroicos que combateram a heresia argumentando com os dogmas da Igreja. Santo Atanásio e Santo Hilário.
O arianismo foi uma ameaça à essência do cristianismo, pois distorcia a identidade de Cristo e comprometia o plano de salvação.
Mas teve a MAIORIA dos bispos e fiéis!!!! Não do Papa, evidentemente.
Quanto às posições que atribuem ao Papa na lista de cima, estão, a meu ver, itens que Jesus autorizou o Papa a modificar! São pontos sérios e que atingem católicos de boa índole e de vontade sincera de pertencerem ao corpo da Igreja.
Volto ao argumento inicial: se Moisés pôde autorizar o divórcio, contra um dos Mandamentos, por causa da dureza do coração dos judeus da época, por que o Papa não pode estudar o assunto hoje?
E por que Pedro autorizou o batismo dos pagãos sem que se convertessem ao judaísmo, assunto seríssimo!!!!
Se for preciso, o Papa pode DESLIGAR aqui o que será DESLIGADO no Céu por atribuição expressa de Jesus. Caso contrário alguém me explique: por que Jesus deu a Pedro esta competência?
Nem vou falar aqui de como me irritaram as ridículas críticas de bispos, publicamente, em facebook etc., da carta “Fiducia Supplicans”.
Nem do Protestantismo, que começou com quem sabia mais que o Papa e a Igreja. Obviamente Lutero não pôde ter sido inspirado pelo Espírito Santo e pelo mal que causou e tem causado, só pode ter sido inspirado pelo Rei das Trevas.

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