As Inquisições.

Não vou falar especificamente sobre a Inquisição Espanhola. Podem buscar estas informações em fontes sérias. O fato é que os procedimentos seguidos por ela eram sérios, muito avançados para o tempo e realmente queriam defender os inocentes. Os “culpados” ou recebiam penas tais como penitências mais pesadas, e até a morte. E aí está o mito. Se morreram 2000 pessoas foi muito. Basta checar, repito, nas fontes sérias.

Mas vou para outros dados. Sabia que Santo Inácio de Loyola e outros santos foram submetidos a ela?

Algo que muitas pessoas não sabem é que enquanto as Inquisições Católicas estavam acontecendo, também houve muitas Inquisições Protestantes, embora elas não usassem esse nome, que caçavam e matavam qualquer pessoa que não se convertesse, que não se convertesse ao Protestantismo ao se afastar da Igreja Católica.

 Uma história muito diferente das Inquisições Católicas.

Estas ocorreram após a Rebelião Protestante em algumas das regiões da Alemanha e dos Países Baixos.

Também houve Inquisições na Inglaterra sob o reinado do Rei Henrique VIII e da Rainha Elizabeth I, sua filha. Após Henrique se proclamar o Chefe Supremo da Igreja na Inglaterra e começar a forçar todos a se converterem ao Anglicanismo, muitos de seus súditos se recusaram, então Henrique simplesmente os taxou ou confiscou todas as suas propriedades e os matou.

 Foi como as Inquisições Católicas em esteróides. Mesmo depois que a filha de Henrique, Elizabeth I, ascendeu ao trono, ainda havia muitos católicos praticando secretamente sua fé, então Elizabeth ordenou que seus soldados buscassem, prendessem, torturassem e massacrassem os católicos por delitos tão menores como frequentar a Missa, esconder um sacerdote ou recusar-se a frequentar os serviços protestantes.

Não houve Inquisição na Europa Central durante a guerra dos 30 anos, o primeiro exemplo de guerra total. Vilarejos exterminados, centenas de milhares de pessoas massacradas. Você vê milhares de bispos católicos, padres, freiras e leigos sendo torturados e mortos porque não professavam a religião oficial da Inglaterra.

 Essas pessoas eram caçadas e arrastadas perante os tribunais protestantes para serem julgadas por heresia. O único crime delas era a heresia, que consistia em acreditar na fé católica e recusar-se a seguir a religião inventada por Henrique. Há muitos mártires ingleses, pelo menos alguns de seus nomes deveriam lhe ser familiares.

Verdadeiros gigantes da fé como São Thomas More, que se recusou a renegar sua fé diante do absurdo de Henrique VIII, e São Edmund Campion, um jovem padre que levava os sacramentos a seus filhos espirituais até ser finalmente capturado e morto.

Então vamos pensar nisso por um segundo. Henrique e Elizabeth disseram a todos os não anglicanos para se converterem ou morrerem.

 A Inquisição Católica disse a outros católicos que, se eles se autodenominassem católicos, simplesmente tinham que viver sua fé.

 E ainda assim, como o mito diz, os católicos são os maus, e a Rainha Elizabeth será para sempre lembrada como a Boa Rainha Bess.

 Isso não faz absolutamente nenhum sentido e é resultado da mesma propaganda que fez com que a Inquisição Espanhola fosse lembrada como infame.

Tudo bem, agora sabemos que as ideias populares sobre a Inquisição têm pouco ou nada a ver com a realidade, mas de onde vieram todas essas mentiras?

 Bem, elas vieram de várias fontes diferentes. As primeiras pessoas que espalharam mentiras sobre a Inquisição foram outros países europeus. Pense nisso. A Inquisição na Espanha começou em 1478. Apenas 14 anos depois, em 1492, Cristóvão Colombo, patrocinado por Isabel e Fernando, descobriu o Novo Mundo, que era rico em todo tipo de tesouros.

 Conforme o século XVI amanheceu, a Espanha entrou na sua Era de Ouro, um período de grande riqueza, influência, prosperidade e poder militar.

 Todos os países vizinhos que tinham desejos semelhantes de conquistar o Novo Mundo e avançar em seus reinos estavam tanto muito invejosos quanto muito temerosos do ascenso ao poder da Espanha.

Então, os recém-criados países protestantes da Alemanha e da Inglaterra, que tinham menos de 100 anos nesta época, ajudados pela imprensa, começaram a travar uma guerra de propaganda contra a Espanha e, assim, criaram a Lenda Negra.

 A Lenda Negra é um conjunto de mitos que basicamente dizem que os espanhóis eram um povo supersticioso ainda preso ao que às vezes é erroneamente chamado de Idade das Trevas.

Em seu site, dedicado à promoção da fé católica, o músico e apologista David MacDonald apresenta uma análise aprofundada das Inquisições. Em certo ponto, ele explica como a Lenda Negra foi desenvolvida e promovida. Veja isso. Duas publicações protestantes importantes foram o “Livro dos Mártires” de John Fox e um folheto publicado em 1567, escrito por uma suposta vítima da Inquisição chamada Montanus. Ele pintou os espanhóis católicos como bárbaros que violentavam mulheres e sodomizavam meninos jovens.

Os propagandistas logo criaram demônios encapuzados que torturavam suas vítimas em dispositivos horríveis como a Dama de Ferro cheia de facas. O número de vítimas foi exagerado. Fox afirmou que 32.000 foram queimados na fogueira. O mito tornou-se o estereótipo aceito, como visto no "Grande Inquisidor" de Dostoiévski, nos "Irmãos Karamazov" e no "Conto do Poço e do Pêndulo" de Edgar Allan Poe.

 Essas primeiras mentiras foram continuadas pelos escritores protestantes em meados do século XIX, e nós herdamos esses mesmos mitos e preconceitos hoje, desde as aulas de história do ensino fundamental até o ensino superior.

Você vê, os autores protestantes realmente só queriam atacar a Igreja Católica e não a Espanha, então eles aproveitaram os mitos e mentiras sobre a Inquisição Espanhola e os redirecionaram de um foco principalmente anti-espanhol para um anti-católico.

Eventualmente, tornou-se chique para homens modernos, libertários e iluminados, propagarem com horror dignificado as atrocidades básicas cometidas pelos papistas fanáticos centenas de anos antes.

Claro, agora, depois de décadas em que a cultura mainstream cedeu aos mitos e mentiras, muçulmanos e judeus estão protestando alto contra as supostas crueldades brutais cometidas contra eles durante a Inquisição.

 É ridículo se apegar a todas essas mentiras sobre a Inquisição, assim como é ridículo as pessoas criticarem os espanhóis por retomarem suas terras, terras que foram roubadas deles pelos muçulmanos em primeiro lugar. Quero dizer, afinal, os pobres muçulmanos só conquistaram pacificamente grande parte da Península Ibérica e amorosamente massacraram, queimaram e violentaram cidades inteiras.