Domingo de ramos ou a multidão manipulável.
- murdochwilliam28
- Mar 22, 2024
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Neste domingo, reflito sobre a multidão que recebeu Jesus e adornou seu caminho com ramos. É uma atitude que denota respeito e confiança. Apesar de Jesus ter chegado montado em um burrico, o que não era exatamente uma imagem de um líder salvador dos judeus, a multidão o acolheu com entusiasmo.
O tamanho dessa multidão certamente não era pequeno, considerando que estamos falando de Jerusalém. Uma multidão, afinal, é uma reunião significativa de pessoas.
E é interessante ponderar sobre o conceito de multidão. Uma multidão pode aplaudir, mas também pode condenar. Quando muitas pessoas se reúnem, é difícil determinar o verdadeiro compromisso individual de cada uma. O anonimato proporcionado pela multidão permite todo tipo de comportamento.
É por isso que a ação de Cristo nas almas é uma questão individual. Mesmo durante as peregrinações papais, as pregações sempre ressaltam que cada indivíduo ali é uma parte do Corpo de Cristo e tem a liberdade individual para buscar a santidade. No final das contas, ninguém será admitido no Céu como parte de um grupo. A justiça será aplicada individualmente, assim como as recompensas ou, infelizmente, os castigos.
Mesmo quando participamos das celebrações na igreja, com muitos fiéis ao nosso redor, somos chamados individualmente a buscar a santidade, enquanto reconhecemos nossa importância como parte do Corpo de Cristo. É nesse momento que o valor do povo de Deus se revela. Não somos apenas uma multidão reunida, somos um corpo único presente.
Eu compartilho tudo isso porque, em menos de uma semana, outra multidão em Jerusalém irá decidir libertar Barrabás em vez de Jesus. Será que essa multidão era diferente daquela que acolheu Jesus? Havia realmente tantas pessoas em Jerusalém que se interessavam por Jesus, mas escolheram apoiar Barrabás em uma manifestação e não em outra?
Por que então preferiram Barrabás? E por que aqueles que reconheciam quem era Cristo não se manifestaram? Talvez tenha sido por medo dos sumos sacerdotes, como é mencionado no Evangelho, pois foram eles, junto com os anciãos, que convenceram o povo a pedir a libertação do criminoso (Mateus 27:20).
Que possamos sempre discernir a fonte de nossas inspirações e, quando estivermos em meio a uma multidão, que tenhamos cuidado para não aceitar cegamente e sem reflexão o que nos é proposto. E que nunca troquemos Jesus por um Barrabás!

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