Profundo senso de pertença!

Às vezes as emoções aparecem inesperadamente… e esta Páscoa, dia mais importante da nossa religião, foi pródiga nisto.

Tão profundo é o sentido da cerimônia do lava-pés que eu fico pensando se os envolvidos conseguem atingi-lo! Espero que o Espírito Santo deixe marca indelével aos que participaram, marca que mostra o cerne da nossa Igreja: a humildade e o serviço. Deu para ver esta santa emoção na cerimônia, com o Papa, velhinho, lavando os pés de mulheres que cumpriam pena em presídio. Algumas delas estavam nitidamente comovidas.

Não consigo nem imaginar… O Papa, mais alta autoridade da Igreja, conduzindo com humildade uma cerimônia extremamente simbólica. Não é marketing de nada. É a própria mensagem católica sendo evidenciada ali. Nem sei como me comportaria se eu estivesse ali sentado…

Também não posso deixar de imediatamente lembrar o lava-pés da minha paróquia, quando o Pe. Moraes lavou os pés de crianças! Se elas não conseguiram atinar o sentido, os adultos presentes conseguiram. E que nos traga frutos espirituais…

Quando pensei que estas sagradas emoções tivéssem cessado eis que, inesperadamente, ressurgiram. Foi  quando fui assistir à homilia Urbi et Orbi do Papa! E nem foi pela linda homilia em si, nem pelo ambiente de milhares de cristãos felizes, comemorando a Ressurreição do Senhor. Não. Foi quando a câmera focalizou a parte superior da Basílica de São Pedro.

Contrastando com o céu atrás, apareciam as estátuas, provavelmente em tamanho natural, de Jesus e dos Apóstolos! Pequenininhas naquele frontal. 13 estátuas mal visíveis de baixo. (Judas não estava mas São João Batista sim…)

Como é que estes homenzinhos conseguiram iniciar uma Igreja que dura até hoje? Uma dúzia de gatos-pingados que propagaram uma mensagem que permanece firme para nós?  É porque, claramente, um destes personagens é Deus. Tem de ser. E que teve de insuflar o Espírito Santo nos seus discípulos humanos, porque ele fisicamente nos deixou na Ascensão... Não há outra explicação. Aqueles homenzinhos viraram gigantes. E graças a eles tenho minha fé. 

Aí veio como um raio o sentido de pertença! Aquele teto era da Minha Igreja, aqueles homens eram santos e meus conhecidos! Tudo aquilo era meu porque esta é a minha Igreja. Obrigado, “homenzinhos”.

Pensando em pertença, me lembrei da igreja de Miami, a Visitation, minha casa lá. Miami só tem sentido para mim por causa da Visitation e dos fiéis amigos, começando pelo Fr George e Fr Charles. E quanto a Paris? St. Jaques e St. Christophe? Nossa casa lá! Seria coincidência termos sido tão bem recebidos? Père Corbière et M. Vincent, nossos amigos… Em São Paulo, a igreja do Colégio São Luís. E tantas outras... Itaici... Anhangüera... Sta. Margarida Maria... No Rio a atual querida paróquia de Nossa Senhora do Brasil… E em todas elas a presença mais importante: Jesus Eucarístico.

Essa emocionante comunhão dos santos prenuncia com clareza para onde vamos. Aguardo, com confiança, o meu destino final.