E era um dia como os outros...

Estava aqui pensando como o cego de Jericó...

Naquele tempo ele era praticamente imprestável, restando-lhe viver de esmolas.

Escolheu logo um trecho de caminho perto de Jericó.

Coitado, mais no fundo não poderia ficar, até fisicamente, porque esta cidade está quase a 300m abaixo do nível do mar...

Como tudo na vida, com o passar do tempo a gente se acostuma.

E ele devia estar acostumado.

Todos os dias ia para lá, os passantes generosos lhe davam alguma coisa e aquela vida se repetiria até à morte.

As únicas diferenças eram as estações do ano e o clima. Provavelmente tinha descoberto alguma proteção por perto e lá se abrigava quando chovia. Ainda bem que chove pouco na região. E aqueles dias eram mais longos...e talvez mais famintos...

Coitado do filho de Timeu.

Ali estava ele, no mesmo lugar e num dia como os outros.

Quando um dia começava para ele, o que esperar?

A mesma coisa, até para sua segurança. O pouco bem estar que tinha, devia-se à repetibilidade dos fatos. Até aquela pedra plana onde ele se sentava ele conhecia. Talvez conhecesse algum passante frequente.

Ms aquele dia começou como os outros.

Como nossos dias começam como os outros.

Mas como ele acabará?

Se não tropeçasse e caísse, se machucando, terminaria igual. Se não tivesse uma enfermidade que se iniciava, também. Poderia até morrer. Quem sabe qual é nosso último dia?

E lá estava ele na estrada.

Num dia igual aos outros.

Só que aquele dia...

Primeiro ouviu rumores ao longe. Muita gente junta. Não era normal... Vozerio chegando perto...

Conseguiu perguntar a um o que era aquilo.

Aí vem seu primeiro auxílio. A pessoa disse que quem vinha era Jesus de Nazaré.

Esta pessoa nem imagina o benefício que trouxe a Bartimeu com esta simples resposta...

Agora, e eu nem consigo imaginar, ele, que com certeza sabia quem era Jesus, deve ter tido um lance incrível de esperança! Quem vai imaginar que o Messias vai passar pelo meu caminho?

Claro que sai berrando, grita tanto que é conduzido a Jesus.

O que interessa é chegar perto dele e sentir sua compaixão.

Cada fibra daquele homem estava em êxtase diante do Senhor.

No lugar dele, mesmo que eu não fosse curado, já passaria os restos dos meus dias louvando a Deus.

Pois se no dia em que o Papa João Paulo pegou a minha mão eu tive uma emoção rara, duradoura, profunda, e ele era "apenas" um homem!!!

Imagina se fosse Deus.

É como se um raio de alegria tivesse despencado do Céu em cima de mim!!!

Pra terminar, curados que fomos, temos ainda maior responsabilidade em viver conforme a graça de Deus e expandir para os outros a alegria incrível que é ter encontrado Jesus no nosso caminho!!!

Mark 10:46-52